segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Conversas de Supermercado...


A história que vos conto é toda ela verídica… Não identifico os intervenientes… porque também não os conheço… e assim não também não tenho necessidade de lhes dar nomes falsos para que ninguém os possa identificar… :D… E aconteceu-me este sábado quando passeava com uma amiga num hipermercado bastante conhecido mas que não divulgo porque isso seria fazer publicidade gratuita e não sou assim tão benemérita quanto isso…

Ora então quantos de nós enquanto andamos a fazer compras apanhamos conversas a meio que não fazemos intenção de ouvir mas que a proximidade propicia a isso mesmo? Julgo que quase todos… conversas daqueles que como nós desesperam na luta por decidir o que comer, ou o que falta em casa na despensa mas que poucos se lembram de anotar antes de fazer a tão malfadada “viagem” ao hipermercado da zona e ter que encarar as caixas cheias de gente cansada e aborrecida, os corredores a transbordar de “turistas” indecisos e o ar saturado que nos deixa a todos com um mau humor terrível se passamos lá mais tempo do que o desejado.

Pois então íamos nós na busca por uma melancia madura e suculenta que nos refrescasse a noite quente e abafada… culpa de um calor doentio que nos ataca impunemente e deixa a todos de pele pegajosa, mesmo que tenhamos acabado de sair de um banho frio… Íamos nós nesta demanda quando passamos por um casal com um ar muito desolado e abatido junto da banca cheia de fruta fresca e apetitosa, acabada de sair do frigorifico onde permanece guardada mais tempo do que deveria, de forma a manter-se com aquele aspecto sedutor que dura pouco mais do que a viagem do dito hipermercado até ao destino…

A minha amiga ia um pouco mais à frente, ou eu é que tenho um passo mais lento/pequeno (vá-se lá saber), sei que por isso não apanhou a conversa do dito casal a meio como eu… e não passou a vergonha que eu passei já que tem reacções que são simplesmente incontroláveis e a minha foi…

Dizia o rapaz para a namorada com um ar bastante esperançoso quando eu me chegava perto… (e relembro que apanhei a conversa a meio, ele já falava quando passei)
-…queres fazer… amor?
Ao que ela responde com o ar mais desolado… abatido e enfadonho que já vi nos últimos tempos… (quem sabe culpa do dito calor doentio)
- Nãooooo (diz desoladamente)… dá muito trabalho…

A minha reacção mostrou-se automática… desatei às gargalhadas e sozinha que estava o povo em redor tomou-me por tolinha… (quem sabe serei, mas perante uma conversa destas só dava para rir mesmo).

É certo que deduzi perfeitamente que o rapaz não deveria estar a perguntar à querida se queria fazer O TAL DO AMOR… e sim outra coisa qualquer… mas a conversa foi apanhada a meio como disse… e teve o efeito instantâneo de me arrancar um acesso de gargalhadas e tornar a malfadada “viagem” bem mais divertida… certo é que passei o resto da viagem mais atenta aos “turistas” em meu redor… para ver se tinha a sorte de me cruzar com mais uma pérola destas… e por acaso até tive… mas essa é um pouco indecente para contar aqui onde passeiam olhares menores e não quero ser culpada de corromper a inocência infantil… :)


texto por Isabel Reis
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