quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

NÃO...


Porque a vida assim quis… tem que ser
Porque o destino assim o ordenou… que hei-de fazer
Mas porque tu decides que é o melhor… isso NÃO
Porque tu… tu não sabes o que é melhor para mim
Tu não sabes o meu quem, o meu quando ou o meu como
Tu não és dono e senhor… não és Deus, nem o destino
Porra… tu ainda nem és um homem… não passas de um menino
Porque um homem vê-se na maturidade, não se mede pela idade…

Por isso eu digo NÂO…
Não a ti, ao que dizes e ao que fazes
Não ao que sentes hoje e esqueces amanhã
Não às vontades de agora, porque logo já mudaram
Não a ti… não a nós… não ao que nem tu sabes ser certo
NÃO… porque ao teu lado o futuro agora é longe, amanhã é perto…

Primeiro cresce… acorda para a vida
Acorda para o mundo… aprende a amar
Primeiro decide o que queres ou não queres
Primeiro vê o que é melhor para ti
Esquece o que é melhor para mim… disso… trato eu

Por isso eu grito NÃO…
NÃO… não te quero mais, sem tu quereres também
NÃO… não te sonho mais, sem tu quereres sonhar
NÃO… não te amo mais, enquanto tu não souberes amar
NÃO… não te salvo mais, enquanto não te quiseres salvar.



Texto por Isabel Reis
Foto por Nuno Tavares
todos os direitos reservados

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Beijo roubado

Beijo roubado

Beijo roubado
Num momento de ilusão
Beijo roubado
Numa pequena distracção
Beijo roubado…
…roubado pela tua boca
Mas sonhado pelo meu coração…

Beijo sem maldade
Carregado de amor e sentimento
Carregado de sonho e ternura
Beijo roubado num momento
Numa pequena travessura.

Beijo… apenas um pequeno beijo doce
Que há muito me sonhas roubar
Quem dera que teu ele fosse
Para não teres que o pedinchar
Para o teres sempre… sempre que o quiseres roubar.


Por Isabel Reis
todos os direitos reservados

Distancia



Distância que nos dominas
Que fazes o tempo correr
Num lento correr cansado
Que fazes voar as horas
Num lento voo parado
Ai distância…

Distância
Distância tão dura mas necessária
Separas amores, crias barreiras
Ás saudades impões fronteiras
Como flechas tão certeiras
Como lágrimas tão verdadeiras…
Ai distância…

Distância vil… cruel
Distância amarga, sabes a fel
Com o teu falso sabor de mel
Queimas sem mesmo tocar a pele
Ai distância…

Distância
Crias discórdia no carinho
Fazes nascer dúvida na certeza
Abres um buraco negro
Na sólida rocha da verdade
Fazes nascer sombras na clareza
Distorces qualquer pura realidade…
Ai distância…

Distância cruel tão necessária
Vai-te daqui… leva a tristeza
Vai-te depressa… e não em ritmo lento
Vai-te depressa leva a incerteza
Vai-te agora leva a saudade
Dá lugar à realidade
Ao amor de quem ama
Ao sorriso de quem sofre
Á lágrima quente de quem chega.

Distância vai… vai-te já…
Dá lugar ao abraço quente
A quem dele precisa
Dá lugar ao amor urgente
Deixa curar a doença
A quem dela padece
A quem dela enlouquece
Pelo amor que não acontece
Pela saudade que entorpece
De um coração que não esquece…

Vai-te distância, vai-te saudade
Dá lugar ao sono tranquilo
Leva as noites em branco
Deixa deitar no peito descansado
No cheiro do amor embriagado
No calor do desejo embrulhado
Num regresso ao leito tão desejado…


Por Isabel Reis in "Confidências no colo da lua" - Corpos Editora/ junho 2009
todos os direitos reservados

Vontades (parte I)


Quero ser…

Quero ser…
Tua estrela no caminho
Para que não caminhes sozinho
Para te guiar pela vida
Para que não me deixes perdida…

Quero ser…
Raio de sol em dia de inverno
A luz que te tira de um inferno
Que te faz crer em amor eterno
Que te faz viver uma vida inteira
Ao teu sabor, à tua maneira…

Quero ser
Mão que indica o caminho
Para fazer crescer o menino
Para deita-lo no peito
Faze-lo sonhar no meu leito
Sonhar que caminha em segurança
Que é raio de luz, esperança
Fazer do sonho ilusão na mente
Para acordar e seguir em frente
Para não ter medo de ser gente…

Quero ser…
Tua ambição… não perdição
Sempre estendendo minha mão
Tua alma… teu palpitar
Tua vontade de lutar
Teu desejo de gritar
“Sou feliz… sei amar…”

Por Isabel Reis in "Confidências no colo da lua" - Corpos Editora/ junho 2009
todos os direitos reservados

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Seres humanos de verdade...

A beleza da vida não se mede nem quantifica
Apenas se vive e simplifica
E só se estraga quando se complica…

A beleza da vida
Encontramos nas pequenas coisas
Aquelas que não damos valor…
Que até preferimos esquecer
Aquelas de que apenas nos lembramos quando estragamos tudo…
Quando decidimos complicar e deitar tudo a perder
Deixando escapar tudo o que não soubemos ver.

A beleza da vida
Não está no dia que o sol brilha… mas naquele em que a chuva cai
Não está numa praia à beira-mar ou numa noite de magia e sedução
Mas num dia cinzento e frio em que somos obrigados a sair… a viver…
Quando só queremos um refugio na segurança de uma ilusão.

A beleza da vida
Não está com aquele que nos acompanha no dia de sol
Que connosco partilha um momento de felicidade
Está em quem leva com a chuva do nosso lado
Está em quem se senta em silêncio apenas para nos fazer companhia
Em quem partilha o nosso sofrimento sem qualquer obrigação
Mas porque lhe vem da alma e o sente no coração
E que não interessa quando, como ou até mesmo onde
Está presente em cada momento
Principalmente nos que queremos esquecer
Mas que são a nossa realidade
E quem faz de nós… seres humanos de verdade.


Por Isabel Reis
todos os direitos reservados

Sorrir ao acordar...

É tão bom ouvir-te dizer que gostas de mim
Enche-me o peito de alegria
Cobre-me a alma de sorrisos
Faz-me saltar o coração
Faz-me querer cantar este refrão…

Porque gosto de ti
Gosto e quero gostar mais
Porque gostar de ti é viver
Gostar de ti é sonhar
Gostar de ti é simplesmente…
…sorrir ao acordar…

Sei que gosto de ti acordada
Sei que gosto de ti a dormir
Porque de mulher abalada
Me fizeste mulher contente
De sorriso no rosto
De alma presente…
Por isso gostar de ti me faz querer
Acordar e sorrir
Gostar de ti me faz esquecer
O desejo de partir.
E sempre que me sorris
Meu coração salta e pula
E me faz querer cantar
Sem vontade de parar..

Porque gosto de ti
Gosto e quero gostar mais
Porque gostar de ti é viver
Gostar de ti é sonhar
Gostar de ti é simplesmente…
…sorrir ao acordar…

Algo tão simples
Quanto sorrir ao acordar
Faz toda a diferença
Faz querer voltar
Porque sorrir ao acordar
É o que nos dá a força de levantar
Por isso eu digo…
Gostar de ti é simples…
É aprender a sonhar
Gostar de ti é sorrir em cada manhã
É sorrir ao acordar…
Apenas e somente…
…sorrir ao acordar.


Por Isabel Reis
todos os direitos reservados

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Dormindo contigo...


Deito meu rosto no teu peito… e durmo
Sentindo meu corpo nú junto ao teu
Adormecer embalado no doce calor do meu
No desejo quente que o nosso amor desperta
A sussurrar-me ao ouvido o quanto te faço feliz
Não é a boca quem sussura, mas a alma quem o diz…

Adormeço tranquila… mas antes…
Antes olho-te bem e sorrio
Adormeço tendo como ultima imagem
O brilho do teu olhar terno
A luz do teu sorriso apaixonado
Lá existe algo melhor
Para embalar meu coração enamorado…

Deito meu rosto no teu peito
Deixo que me protejas com carinho
Deixo que me abraces de encontro a ti
Deixo que me ames ternamente
Como eu te amo secretamente
Desde o dia que te vi
Desde o dia em que contigo
Pela primeira vez dormi…



Texto e foto por Isabel Reis

todos os direitos reservados

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Beija-me...

Beija-me…
É só o que te peço… por agora
Faz-me sentir o gosto da tua boca… novamente
Deixa-me relembrar o sabor do teu beijo
Faz-me tremer mais uma vez na ânsia da descoberta
Prende-me a respiração no peito
Ante a perspectiva de me saber tua… mais uma vez…

Beija-me…
Beija-me docemente como só tu sabes
Envolve-me outra vez nessa teia de sensações
Toca-me de longe com o que dizes
Abraça-me ao de leve em emoções
Faz-me ansiar por teus braços
Passar uma noite inteira a ouvir-te
Passar uma noite inteira a sonhar-te
Passar uma noite inteira a olhar-te
Sem querer mais nada a não ser beijar-te…

Por isso… beija-me…
Beija-me como o fizeste num só olhar
Beija-me como daquela vez… sem me tocar
Beija-me como sempre sonhei beijar…


Por Isabel Reis
todos os direitos reservados

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Farol em porto de abrigo...

Tu és…
És dia na noite nesta vida que não queria
És guia neste caminho que antes não percorria
És raio de luz que rompe forte na escuridão
És braço que estendes, que agarras a minha mão.

Tu és…
És em noite de tempestade o farol
Que pelo negro da noite me conduz
No brilho do dia o calor do sol
Que num toque me excita e seduz.

Sim és … tu és o meu farol
Tu és luz que me guia tão firmemente
Que me ensina a caminhar novamente
Que me aquece o sangue nas veias
Que me devolve o sabor da vida
Que me faz caminhar de cabeça erguida.

Eu…
Eu sou o teu porto de abrigo
Sussurras-me levemente
Quem te abraça sem estar contigo
Quem te ama sem estar presente.

Eu…
Eu sou aquela que já te conhecia
Aquela que já te sentia
Aquela que já te esperava
Aquela que já te amava…

A mim salta-me o coração no peito
Quando um sorriso em ti faço nascer
Vibro de paixão em nosso leito
Sinto meu sangue ferver.

Tu… tu és farol
És alma que renasce por fim
No desejo de me ver feliz…

Eu sou… sou porto de abrigo
Sou vida que vive por fim
Que chegou ao destino que sempre quis.


Por Isabel Reis in "Confidências no colo da lua" - corpos editora/junho 2009
todos os direitos reservados

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Para sempre e mais um dia


Para sempre e mais um dia
Este amor carrego no peito
Para sempre e mais um dia
Esse teu cheiro em meu leito
Para sempre e mais um dia
Eu bem arranco mas não tem jeito.

Para sempre e mais um dia
Esta lágrima em meu olhar
Para sempre e mais um dia
Esta forma de te lembrar
Para sempre e mais um dia
Mesmo quando não quero relembrar.

Para sempre e mais um dia
Estou condenada a viver
Para sempre e mais um dia
Estou destinada a perder
Para sempre e mais um dia
O meu fado é não te ter
Para sempre e mais um dia
Sou uma lua que só vê o sol nascer.



Texto por: Isabel Reis
Foto por: Nuno Sousa Tavares
todos os direitos reservados

sábado, 26 de setembro de 2009

Como o rio corre para o mar...


Como o rio corre para o mar
Eu corro para a vida
Atrás de mim… atrás de ti
Atrás do que sonho alcançar
Atrás até do que ainda não cheguei a sonhar.

Como ele abro caminho
Quase sempre sozinho
Por entre rochas e rochedos
Por entre pessoas e medos…

Como o rio corre para o mar
Levo comigo parte por onde passo
Deixo para trás parte de mim que passou
Persigo o sonho de desbravar
O que nenhum outro desbravou…

Como ele um incompreendido
Neste mundo dito normal
Por vezes sinto-me perdido
Não encontro o meu igual…

Continuo… sigo caminho
Sempre em busca do meu mar…
Para enfim desaguar…
Continuo… sigo em frente
Até descobrir minha foz
Até me reconhecer em alguém
Que também se sinta ninguém
Se descubra em mim e comigo faça um “nós”.


Texto por Isabel Reis

Foto por Nuno Sousa Tavares
todos os direitos reservados

Anjo de asas caídas...


Anjo de asas caídas
Que me cobres com teu manto
Que me secas as lágrimas com um sorriso
Que me acodes neste pranto…

Anjo de asas caídas
Que chegaste sem te fazer notar
Que te instalaste sem te fazer sentir
Que vieste para ficar…

Anjo de asas soltas
Preso no teu próprio enfadamento
Olhas o horizonte sonhas o mundo
Vives de sonho e encantamento…

Anjo de asas caídas
Que de longe me fazes sorrir
Que de longe me impedes de chorar
Que de longe me tocas sem tão pouco me chegar.

Anjo que te quero
Sentir bem perto de mim
Anjo que te quero
Do meu lado até ao fim…


Foto e texto por Isabel Reis (26/09/09
)
todos os direitos reservados

Só para dizer que...


Só para dizer que...
...estou a pensar em ti incansávelmente
no teu olhar
no teu sorriso
no teu carinho
na tua doçura escondida...

Só para dizer que...
...estou a gostar de ti terrivelmente
desse teu jeito de ser
dessa forma de sorrir...
sim... desse teu sorrir...
a forma como sorris ao falar
a forma como sorris em pensamentos
a forma como sorris com teu olhar...
ai esse teu sorrir...
esse teu sorrir de tão belo que até doi...

Só para dizer que...
...mesmo sendo algo efémero
até mesmo platónico
e que se perca nos meandros da vida
valeu e vale a pena a cada segundo que passa
cada segundo que ganho ao recordar-me de ti
porque recordar-me de ti faz-me feliz
e se não for por mais nada só por isso já vale a pena...

Só para dizer que...
...pediste-me para confiar e eu confio
aliás se existem pessoas que me transmitem confiança
tu és seguramente uma delas...

Por tudo isso e muito mais quero apenas dizer que...
...aconteça o que acontecer já foi inesquecivel
aconteça o que acontecer já foi inigualável...

Texto e foto por Isabel Reis
todos os direitos reservados

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Seguir em frente...

Seguir em frente
Começar de novo
Mas por onde? Como?
Quantos de nós já nos perguntamos o mesmo…
Quando um ciclo se fecha
Quando algo chega ao fim sem darmos conta
Quando somos apanhados na avalanche da vida
Na roda-viva que não pára de nos surpreender
Quantos de nós já ficamos perdidos… sem saber o que fazer.
Por isso é fácil ouvir alguém chorar e dizer
- Esquece… não vale a pena chorar… não vale a pena sofrer
Mas ninguém se lembra do quanto dói… a não ser quando o está a viver…
E a gente olha à volta e pensa…
E agora que faço?
Por onde recomeço?
Em quem confio?
A gente olha à volta e não reconhece ninguém
Não se enquadra em nada
Sítio nenhum parece ser o certo para estar
Qualquer espaço aberto parece sufocar…
E então sem saber como… damos connosco em lugar nenhum
Deambulamos pelas ruelas da vida sem saber onde parar
Vagabundeamos pelos cantos… perdidos… esquecidos…
De vez em quando lá cruzamos o caminho de alguém
Alguém que nos reconhece e pergunta como estamos
E aí na solidão… na falta do abraço de sempre…
Aquele que nos amparava em qualquer momento
Aquele nos deitava para dormir…
E aí na solidão… na falta de um carinho… de um calor humano
Que nos relembre que estamos vivos
Que somos gente que sangra e sofre…
O sofrimento é demais para aguentar
Gritamos tudo que teimamos em calar
Gritamos o sufoco da dor que nos consome
Por vezes sem lembrar quem está a ouvir
Apenas para ouvir alguém… para sentir alguém
Para nos iludirmos brevemente… na ilusão de que não estamos sós…
E aí ouvimos o de sempre… o de quem não sabe o que dizer…
O de quem não tem noção da dimensão… da dor que nos corrói até às entranhas…
- Esquece… não vale a pena chorar… não vale a pena sofrer…
- Segue em frente com a vida e verás que tudo volta a acontecer
Mas quem quer pensar num novo começo
Quando ainda não aceitou que houve um fim
Quando ainda espera o dia que o amor fale mais alto
Que a vida traga de volta o que nos roubou…
Que a vida retome o seu caminho… os planos traçados… os sonhos sonhados…Que a vida devolva ao leito o amor que nos sufoca o peito.



Texto e foto por:
Isabel Reis
todos os direitos reservados

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tenho-te em mim...


Tenho-te em mim
A todas as horas e momentos
Tenho-te em mim
Em sonhos e pensamentos
Tenho-te em mim
Até nas dores e nos tormentos…

Tenho-te em mim
Numa saudade que teima em ficar
Tenho-te em mim
Numa certeza sem abalar…
Tenho-te em mim
E de mim não te consigo arrancar…

Tenho-te em mim
Na saudade do teu beijo
Tenho-te em mim
Quando lembro o teu toque
Tenho-te em mim
Quando te sinto o cheiro…
Tenho-te em mim
Mesmo não tendo por inteiro…

Tenho-te em mim
Na dor da urgência
Tenho-te em mim
Na dor da saudade
Tenho-te em mim
Nesta minha demência
De te ter apenas na saudade…

Tenho-te em mim… tenho e não nego…
Não escondo o que é verdade
Assumo apenas a realidade…
Tenho-te em mim…
… a ti… a mim…
…a nós… e ao passado…
…de um amor inacabado…
Mas é loucura o que tenho…
...porque nada mais tenho que a recordação…
…de um amor feito canção…
...numa noite de verão.



Por Isabel Reis em 15/09/09

todos os direitos reservados

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pensamentos da Lua


Perdemos tanto tempo…

Por incrível que pareça quem não tem tempo para nada é quem tempo para tudo, porque ocupa o seu tempo a fazer o que realmente vale a pena, ou pelo menos, com as coisas a que dá valor. Já quem tem tempo de sobra, é um pouco mais complicado… No mínimo dos mínimos leva uma existência um pouco vazia, ou não trabalha porque não quer (e isso até pode ser agradável) ou não trabalha porque não pode (o que já é um pouco mais complicado, principalmente na era e país em que estamos que se afunda dia após dia numa crise sem precedentes), o mais irónico é que aqueles que menos fazem, são os que menos tem vontade de fazer, ao contrário dos que andam sempre ocupados, que ainda conseguem arranjar tempo na agenda para mais alguma coisa… nem sequer dão pelo tempo passar.
Aliás eu vejo isso que nos dias em que fico sem fazer nada, parece que tenho menos vontade ainda para o que quer que seja… se me levanto a um domingo de manhã e começo logo a fazer alguma coisa… tenho um dia excelente e produtivo, fico com um humor melhor ainda… se pelo contrário fico naquela preguiça (que de vez em quando também sabe bem), então o dia vai correndo e acabo por não fazer nadinha mesmo… porque a vontade não nasce por muito que esperemos que sim.
É como digo… perdemos tanto tempo à espera de ganhar tempo, a pensar que não temos tempo, que acabamos por desistir do tempo que temos… perdemos tanto tempo a pedir tempo ao tempo que como eu costumo dizer “quando damos tempo ao tempo, é quando estamos a perder o tempo que o tempo nos dá. “



Por Isabel Reis in "Confidências no colo da lua" - Corpos Editora/ junho 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

São momentos...


São momentos, apenas momentos
Aqueles em que te toco
Em que a chuva lá fora cai
Mas o mundo não existe, para além destas paredes
São momentos, breves momentos
Que dão para uma vida inteira
Aqueles em que deixas o teu cheiro nos meus lençóis
Aqueles em que deixas o meu corpo exausto
Aqueles em que me fazes nascer lágrimas…
Lágrimas quentes, salgadas mas de paz
Lágrimas que se ouvem cair
No silêncio que reina à nossa volta
Lágrimas que queimam de tão sentidas
Lágrimas… apenas lágrimas…
Lágrimas de alegria pelos momentos
Breves momentos… momentos nossos de magia
Momentos a meia-luz
Levados pelo amor,
Nascidos em ti, em mim… em nós
São momentos, momentos teus e meus
Mas apenas momentos
Momentos para uma eternidade
Momentos de magia, amor
Momentos de pura honestidade
Onde damos largas ao que somos
Onde damos vida ao que sentimos
Onde somos tudo que não somos capazes
Onde somos tudo que não pedimos.



Por Isabel Reis in "Confidências no colo da lua" - Corpos Editora/ junho 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ilusão...

Vem… vem comigo
Nesta noite que me deito
Em que me falta o teu peito
Nesta noite tão demente
Onde estás tão ausente
Onde ressaco teu corpo quente
Nesta prisão tão louca… tão minha
Onde desejo o que já não tinha…

Vem… vem cá não fujas
Sou eu quem manda na ilusão
Vem cá quero estar contigo
Nesta noite de escuridão
Vem… vem cá ficar comigo
Toma conta desta solidão
Torna mais doce esta ilusão
Vem…. Vem cá não fujas
Já que é teu este meu coração.

Vem… vem suspirar comigo
Deitada no meu leito
Vem… vem ser raio de sol
No encanto da lua
Vem acariciar meu peito
Ser guia no meu farol
Que percorre a alma tua
Vem… vem despir-me por inteiro
Vem… despir-me de mim… de ti
Deixar-me nua
Ser apenas alma tua
Vem ser sol que me incendeia
Vem ser luz que me encandeia
Vem ser alma e vida em mim
Percorrer-me como a um jardim
Deliciar-te em meu leito
Aninhar-te em meu peito
Vem… apenas vem ficar comigo
Que eu também fico contigo
Vem fazer-me companhia
Nesta noite que eu não queria
Vem… toma conta da escuridão
Vem… vem ser meu na ilusão
Vem… vem ser meu na solidão…


Por Isabel Reis in "Confidências no colo da lua" - junho/ 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

hoje...


hoje



hoje a minha vida seguiu em frente

hoje enterro finalmente o mundo que deixei para trás

hoje sorrio para a vida

porque finalmente ela sorri para mim…



continuo sem esquecer o pesadelo que vivi

o passado recente que apenas ontem deixei para trás

mas finalmente levanto a cabeça pois sei que acabou

sei que enterro tudo

as lágrimas e a dor

a tristeza da minha vida contigo

se é que alguma vez poderei chamar vida

ao terror que se tornou o meu dia-a-dia

ao medo que se apoderou de mim

que me enterrou sonhos e roubou a dignidade

que me fez viver na sombra

rondar até o limiar da loucura

que me tirou a vontade de viver…



mas hoje estou aqui

hoje isso nada é mais do que um passado sofrido
que fica para trás

hoje sei que estou feliz
recupero a mulher de sempre
sinto-me renascer
após uma morte sofrida…

vejo renovada em mim
a força, a garra, a determinação que perdi
no dia que me deixei subjugar
no dia que troquei a dignidade por amor a ti
hoje sinto-me a mulher de sempre
que julgava morta
afinal estava apenas perdida
hoje olho ao espelho e não sou eu que sorrio
mas sim a minha alma
pelo passado que ficou para trás
pelo presente que se avizinha
pelo tudo e pelo nada…



hoje estou aqui, voltei ao caminho certo
retomei as rédeas da minha vida
feitas as contas que peso tem então o passado
se o que importa é mesmo o HOJE
e o HOJE é finalmente meu…




Por Isabel Reis in "Delirios de uma alma encontrada" - Corpos Editora/ maio 2008

coragem

coragem

coragem

p’ra tudo na vida
é preciso coragem…
coragem p’ra nascer
coragem p’ra andar
coragem p’ra crescer
coragem p’ra amar…

coragem,
palavra tão forte e decidida
palavra por tantos proferida
mas coragem
quem a tem verdadeiramente
apenas quem ama sem medo
apenas quem diz o que sente…

coragem, coragem, coragem
diz o forte ao fraco
diz o vivo ao moribundo
diz o rico ao pobre
disse Deus ao mundo…

coragem
p’ra tudo na vida é preciso
mas quem é mesmo que a quer
quando apenas quer é sofrer…

Por Isabel Reis in "Delirios de uma alma encontrada" - Corpos Editora/ Maio 2008

Mulher

Mulher

Mulher força da natureza... um ser pensado ao pormenor.

Mulher aquela que vive na sombra, mas peça fundamental na acção...
Mulher que vive, pensa e respira não apenas por si…
…mas sempre em função de mais alguém.

Mulher é a sensualidade feita pessoa…
…ou talvez a pessoa que define sensualidade.
Mulher grita, chora, ri, vibra, sente…
…e mesmo assim quando é preciso… ela lá está… presente.
Mulher, menina, amiga, mãe, vulcão... tantos os papeis que desempenha.

Mulher tem muitas mulheres dentro de si…
… ou será que tem apenas uma???
uma com a capacidade de se desdobrar em muitas...

Mulher… ser mulher é dar muito mas também nada
dar o muito que traz em si
e aquele nada que não sabe ser…


Por Isabel Reis in "Confidências no colo da Lua" - Corpos Editora/09

Pensamentos da Lua


Pensamentos da Lua

Chegar… Partir… Ficar…

Tem momentos na vida em que chegamos outros em que partimos, passamos a vida a fazer passagens breves por momentos, lugares… até mesmo pessoas. Então como saber quando chegamos ao destino, ao nosso destino… é simples. É quando não pensamos em partir, é quando não esperamos pela hora de acabar… é quando simplesmente deitamos a cabeça, fechamos os olhos e dormimos sem pensar em nada, sem medos ou pensamentos negativos… É quando fechamos os olhos, respiramos fundo e dormimos… Simplesmente dormimos de sorriso nos lábios e em paz…

Paz… aquela paz profunda que nos deixa dormir relaxadamente mesmo que o mundo esteja a ruir à nossa volta. Aí saberemos que chegamos ao nosso destino e que partir não é uma opção.

Por Isabel Reis in "Confidências no colo da Lua" - Corpos Editora/09

domingo, 16 de agosto de 2009

In/Consciente da sua sorte

In/Consciente da sua sorte

Quero dançar, quero sorrir
Quero cantar ao som do vento
Quero dançar, quero sorrir
Quero cantar ao som da chuva
Quero viver, quero sonhar
Quero amar ao sabor do tempo
Quero viver, quero chorar
Quero sofrer ao sabor do momento
Quero partir, quero chegar
Quero ser alma, quero ser gente
Quero chegar, quero ficar
Quero ser vida, mesmo demente
Quero chorar, quero amar
À luz do firmamento
Como uma louca me apaixonar
Numa loucura de momento…

Quero correr, quero parar
Quero dormir mas acordar
Quero passar fome, quero comer
Quero sofrer para saber amar
Quero cair e magoar-me
Para levantar-me e sorrir
Quero lutar e perder
Para ganhar e perceber
Que é no gosto amargo da derrota
Que valorizamos a glória da vitória.

Quero de dia sonhar, de noite me envolver
Em sonhos me apaixonar
Pela vida me esquecer…
Quero o mundo a meus pés
Mas com os pés percorrer o mundo
Quero a vida num minuto
Que me parece tão pouco
Quero ser um pobre vagabundo
Dama da sociedade
Anjo luminoso da vida
Mensageiro negro da morte
Quero uma passagem sentida
In/Consciente da sua sorte.

Por Isabel Reis em "Confidências no colo da Lua" - Corpos Editora - Junho/2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A todos os interessados...


A todos os interessados em qq um dos meus livros, podem sempre adquirir por uma das seguintes indicações:


1º Delirios de uma alma encontrada

2º Confidências no colo da lua


se preferirem algo mais pessoal:

por mensagem aqui no meu blog ou para o meu email isabelreis.contact@gmail.com


e eu envio o mesmo autografado e com dedicatória.


senão tem sempre os seguintes locais:


- Pó dos Livros (Lisboa)

Avenida Marquês de Tomar, 89 A

1050-154 Lisboa

Tel:21 795 93 39


- Papelanário (Lisboa)

R. Poeta Bocage 16 - C

1600-581 Lisboa Lisboa

Tel.: 217151952


- Livraria K de Livro (Pombal)

Pç. Manuel H Jr. Lt. 6-R/C-E POMBAL, Leiria

3100-500

Tel: 236211996


- Livraria Nunes (Porto)

Av. Boavista 887 PORTO

4100-128

Tel: 226002469


- Livraria Utopia (Porto)

Rua Regeneração 22

PORTO

4000-410

Tel.: 222083526


ou no site da editora: http://www.corposeditora.com/


Beijo mt grande de coração e um obrigado a todos pelo apoio, carinho, presença... enfim... por tudo.(e já sabem, quem ler... passe a deixar a critica... seja ela qual for)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Recomendo...




Um livro do escritor Nuno Tavares, que escreve por amor, ao ponto até de disponibilizar os seus livros, gratuitamente no seu blog...




Aqui vos deixo um excerto de um dos seus livros



"DEIXA QUE O AMOR SEJA A TUA ENERGIA"



"O livro conta a história de um jogador de futebol que, após uma grave lesão, se vê afastado dos grandes palcos do desporto rei. Com um fim de carreira prematuro anunciado, ele tem de tomar uma das decisões mais difíceis da sua vida, ao optar por relançar a sua carreira num clube amador, colocando em causa o grande amor da sua vida. Assim, parte para o interior do país, onde vai conhecer o lado mais pobre e menos mediático do futebol, onde a prática da modalidade é feita por amor. Vai conhecer uma aldeia humilde e a hospitalidade das suas gentes, onde os sonhos poderão não ser só para quando se está a dormir..."


Escrever em Portugal é dificil, mas quem o faz por amor à arte não desiste... e o Nuno é um escritor que escreve com alma... não é um desistente.
Passem pelo site dele... e fiquem a conhecer o seu trabalho.... vale a pena.


Isabel

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quatro paredes…

Entre quatro paredes tristes… velhas
Quatro paredes caladas… vividas
Quatro paredes escuras… fechadas
Ouço o silêncio do muito que aqui passou
Sinto a tristeza das quantas lágrimas já aqui nasceram
Sinto o amor por aqui passado
Odeio o ódio aqui calado…

São apenas quatro paredes… despidas… esquecidas…
É apenas o vazio de um espaço que aqui ficou
Mas o silêncio também se ouve… ele grita
Sinto o peso das vidas que por aqui já passaram
Elas doem… tanto… muito… é demasiado para mim…
Como pode um silêncio falar tanto… e tão alto
Como podem umas simples paredes despidas meter tanto medo…
Como pode o silêncio de um vazio encher-me o peito de tanta dor…
Como pode um espaço vazio encerrar tanto ódio… e tanto amor…
São apenas paredes despidas mas pintadas com a tinta das recordações
Paredes vazias decoradas com os quadros da vida
Um espaço vazio preenchido apenas com a dor e o amor das emoções…
Emoções aqui vividas, guardadas, sofridas, encerradas… esquecidas.
Nestas quatro paredes nuas, despidas… pelo tempo envelhecidas.

Por Isabel Reis

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Lançamento do meu livro :)


O Worldartfriends e a Corpos Editora na Feira do Livro do Porto de 2009

Já começou a Feira do Livro 2009 da cidade do Porto.
A mesma irá prolongar-se até dia 14 de Junho de 2009.
O certame deste ano é na baixa da cidade: na Avenida dos Aliados.

O Worldartfriends e a corposeditora têm os seus livros à venda no Stand do Clube Literário do Porto: Façam-nos uma visita:)

O ponto alto será no dia 13 de Junho em que festejaremos o 9º aniversário da editora na Feira.

A programação (provisória) é a seguinte:

18H- Actuação de Ex-Ricardo dePinho Teixeira.

18H30- Lançamento dos livros:

- Filipe Campos Melo (Giraldoff) "Na Utopia sou profeta"

- Isabel Reis "Confidências no Colo da Lua"

- Paulo Frederico Ferreira Gonçalves "Dois homens à beira do lago"
- Paula Dreamstream "A Chave"
- Teófilo Pinto "Mar de Paixão"
- Marisa Martins "Remoinho de Emoções"
- Núria David "Ausência"
- Patrícia Taz "Facto Binário"

21H30-Actuação de Cristina Bacelar.

Horário
27 de Maio a 14 de Junho

2ª a 5ª Feira Das 12h30 às 20h30
6ª e véspera de feriados Das 12h30 às 23h00
Sábados Das 11h00 às 23h00
Domingo Das 11h00 às 22h00


Espero poder contar com a Vossa presença, num momento tão importante quanto este.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Derrotado ou vitorioso?

Cada dor que vencemos é uma vitória a mais no nosso caminho
Cada vitória nos eleva… é um degrau que subimos...
Cada dor que vencemos é um passo, e outro… e mais outro
A caminho de uma felicidade que nos espera.
Todos temos um caminho a percorrer
Recheado de derrotas e vitórias
Decorado a sangue, dor e glórias...
O que difere cada um de nós, de cada um de vós?
É a força ou a falta dela…
O que distingue um derrotado de um vitorioso?
É que o primeiro desiste à primeira queda…
O segundo levanta-se sempre… por muitos quedas que dê.

Por isso tu, eu… nós ou vós… cada um principalmente é que decide
Qual o papel que quer desempenhar… interpretar… viver…
Cada um é que sabe as pedras que quer guardar
Ou aquelas onde se esconder…
Cada um é que decide o mundo em que quer ser um SER
Ou aquele em que prefere não ser mas simplesmente envelhecer.

Por Isabel Reis

Conhecidos? Não... Desconhecidos

As lágrimas que não são choradas
As mágoas que não são esquecidas... mas ignoradas
São as feridas mais profundas
São aquelas que não conseguimos sarar...
Essas lágrimas que se escondem
Nascem na alma moribundas
Morrem nos olhos que conhecemos
E que num leve olhar não vemos
Porque sem PARTILHAR... nada dizemos
Porque sem OUVIR... nada sabemos
Porque sem VER... ninguém conhecemos.

E ao pensar que conhecemos
Aqueles que todos os dias vemos
No dia que as lágrimas rompem
No dia que as feridas se revoltam
Tornam-se desconhecidos que não soubemos ver...
Que não nos demos ao trabalho de ouvir...
Tornam-se desconhecidos com quem não soubemos partilhar
Ficam apenas pessoas com quem nos costumamos cruzar
Gritos silenciosos de socorro... que preferimos ignorar.

Por Isabel Reis

Poder que é conseguir...

Ousas-te?
Agora continua…
Tocaste-me?
Agora segue em frente… não olhes para trás
Isso não pares… não hesites…
Entrega-te ao prazer do desconhecido
Ao desejo que te levou a mim
Aquele… o de não saber… o de não conhecer.

Por isso segue… não pares agora que começaste
Não te retraias no caminho
Tem coragem e segue em frente
O primeiro passo já o deste
Agora basta que te deixes levar
Simplesmente levar…
Levar na magia do papel
Na inocência do sentir
Na verdade do saber… saber que é poder…
…poder que é conseguir.

Conseguir vencer a batalha do medo…
Medo sim…
Aquele que te impede de seguir,
Aquele que te corta as asas, a voz, a palavra ou pincel
Mas agora já começaste… deixa-te ir
Fecha os olhos, sente… deixa a tua alma fluir.

Por Isabel Reis

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ao encontro da morte...


Ao perder-me nos teus braços
Num encontro de morte eminente
Deparo com a minha alma antes vestida... agora nua
Sinto meu corpo antes frio... agora quente
Ao morrer em teus lábios
Descubro-me vorazmente tua
Ao encontro de uma morte dura... mas ardente...
Ao encontro de uma morte minha... mas valente...


Vou ao encontro da morte numa lucidez demente
Perdida num desejo louco mas recorrente
Perdida em teu corpo despido de tudo mas presente
Digo adeus a uma vida fria que tão bem conhecia
Renuncio a uma sociedade cruel e corrompida
Abro os braços a uma existência condenada mas vivida.

Texto por Isabel Reis
Foto por Nuno Tavares
todos os direitos reservados

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Trago no olhar...

Trago no olhar
O eco do grito que sufoco no peito
O silêncio de uma ausência... a minha.
A dor de uma ilusão... que és tu.

Trago no olhar
A lágrima que escondo num sorriso
A tristeza que ignoro, mas nem por isso vai embora...
A dor que escondo... mas não deixa de ser minha
Que carrego no olhar...

Trago no olhar o que me vai na alma
Uma realidade que teimo em não querer ver
Uma dor que recuso ser minha...
E num querer passar sem perceber
Esqueço um presente à minha volta
Não lembro que depressa vira passado
Que o futuro me espreita... já ali... ao virar da esquina
A um passo de virar presente
Só a dois de virar passado... o meu passado.
E sofro... sofro dobrado.

Sofro ao ignorar o sentimento
Que carrego num só olhar
De querer viver o que não é meu
Para esquecer o que realmente tenho
Uma vida... que é minha não tua.
Que eu comando não tu.

Sofro ao perceber que não vivi nem um nem outro
Sofro ao olhar o meu passado
E ver que perdi esse tal sorriso... aquele... o que me fazia feliz... o meu
Sofro porque o troquei pelo teu...

Sofro ao olhar a minha imagem
E por trás do olhar encontrar a tal lágrima
A que não deixei cair...
Sofro ao perceber que a ausência continua
Que na ânsia de lhe fugir... só a fiz crescer...
E então sofro... sofro pelo que trago no olhar.

Trago no olhar restos do que fui
Num nada que em mim restou
Trago no olhar uma certeza
Que ao fugir de quem era
Me esqueci para onde vou.

Trago no olhar o lamento
De descobrir que apenas fui
Mas já não sou.

Por Isabel Reis

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O tempo na vida...







Tem alturas na vida em que todos gostariamos de ficar perdidos... outras nem sequer queriamos ser achados, existem até aquelas em que gostariamos de acelerar ou parar o tempo, mudar circunstâncias, voltar atrás... só que a realidade que temos por certa, é que o tempo na vida, é como a vida no tempo... um não existe sem o outro...






por Isabel Reis

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vem...


Vem…

Vem que meu corpo já sente o arrepio quente que teu corpo arrasta

Vem que meu olhar já acusa a ânsia de te sentir junto a mim

Vem que minha alma já se encolhe ao imaginar-te dentro… bem dentro

Vem que a expectativa já me deixa louca num prazer adivinhado

De um desejo anunciado.


Por isso vem…

Vem antes que enlouqueça de vontade

Vem antes que o sono me vença e fique só na saudade

Vem antes que o meu corpo te esqueça e fique só na ansiedade

Vem antes que a alma me arrependa por te aguardar

Vem antes que a razão ganhe a batalha

Vem antes que o sentimento entristeça por te aguardar

Vem antes que toda eu canse de esperar.



Por isso vem… mas vem já…

Já antes que eu fuja… fuja ao assumir essa dura verdade

Que em qualquer canto me espera

Antes que eu decida ser sincera comigo e com o mundo

E resolva aceitar que não mereces que te espere

Nem eu mereço teu amor egoísta e vagabundo

Que me enche de amor em segundos contados

Que me enche de prazeres loucos… mas roubados

Onde o ladrão és tu… mas a condenada sou eu.



Por Isabel Reis

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Prazo de validade

Amar hoje em dia tornou-se uma tarefa difícil.
Já ninguém ama... pelo menos não como antigamente. Namorar caiu em desuso, já não é moda... Tornou-se apenas um conceito que caiu no esquecimento.

Hoje em dia é giro ter amigos coloridos, namorados para quê??? Agarrar-me a alguém porquê???

Talvez para sentir a falta de alguém que nos ama independentemente do que for, do que seja, do que venha. Talvez para sentir o sangue ferver nas veias apenas ao sentir o olhar, o sorriso da pessoa amada... talvez para perceber o quanto é bom ser amada da mesma forma... com o mesmo calor.

Mas o conceito de amor hoje em dia caiu no abandono de quem acha que o compromisso é demais... a sociedade está tão corrompida que amar simplesmente é fazer demasiado esforço. Comprometer o nosso coração a alguém é um compromisso demasiado grande para valer a pena.

Hoje em dia o “amo-te” serve para qualquer um… é mais a onda do “eu amo-te” pelo menos até aparecer alguém diferente… é um “amo-te” com prazo de validade.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ilha Deserta...

Sentia-me perdida numa ilha deserta,
Até ontem.
Estava perdida nas minhas teorias absurdas,
Até ontem.
Vivia só no meio de sonhos que ninguém tem,
Até ontem.
Lembrava coisas que mais ninguém recorda,
Até ontem.


Hoje…
Hoje sei que estás aí,
E a ilha não parece tão grande,
Nem eu me sinto tão só.
Hoje sei que alguém entende os meus pensamentos,
Sinto que afinal para alguém,
As minhas teorias não são tão absurdas assim.

Já não vivo apenas só no meio de sonhos,
Sei que no mundo existe alguém,
Tão incompreendido quanto eu,
E egoísmo ou não… sabe bem.

Já não sorrio sozinha com a lembrança,
Dos pequenos nadas que ninguém recorda.
Tu partilhaste essas gargalhadas comigo,
Deram-te tanto prazer quanto a mim…

Ontem partilhava o mundo
Pela minha perspectiva…
Comigo mesma,
Hoje partilho-o contigo,
Já não estou só…

Continuo incompreendida para o resto do mundo,
Mas continuo contigo do meu lado.
Tu sabes o que penso,
Sabes como sinto,
És tão incompreendido quanto eu…
E de repente,
A ilha que ontem era tão deserta,
Hoje deixou de o ser.

Hoje tu dás voz ao que penso
E eu dou sentido ao que sentes.



Por Isabel Reis no livro "delirios de uma alma encontrada"

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Penso em ti...


Penso em ti... não perguntes porquê, mas penso.

Penso em ti sempre que o ar me falta e suspiro...

Penso em ti sempre que o arrepio me percorre a alma

Ao lembrar o teu sorriso.

Penso em ti a qualquer hora... não perguntes,

Penso simplesmente.

Será que o coração pregou uma partida à minha mente,

Ou a minha mente uma partida ao coração...

Vá-se lá saber qual dos dois brincou primeiro,

O certo é que um deles começou...

O certo é que hoje aqui/assim estou...

Estou com dúvidas e incertezas,

Com medos e receios

Mas estou...

Estou com o friozinho de quem sente

Estou com o tremor de quem anseia

Mas estou...

Estou com as dúvidas em ti

Mas com as certezas em mim

Com as dúvidas do que tenho

Com as certezas do que sinto

Com as certezas do que quero

Com a incerteza do que virá...

Mas no entanto estou...

Estou com a certeza de quem sente

Estou com a firmeza de quem ama.


(in "delirios de uma alma encontrada")

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cada lágrima... cada dor...

São as experiencias da vida que nos enriquecem a alma.
Que nos ensinam a dar valor ao que ela tem de mais simples, que por vezes se esconde atrás de um sorriso outras de uma simples lágrima...
Aprender a ser mais, aprender com o que nos rodeia e com quem nos rodeia é meio caminho para não nos resignarmos a uma existência insignificante...
Eu quero ao até ao FIM sofrer "mutações", sei que algumas vão doer, mas principalmente quero lutar, lutar sempre...
Lutar com todas as forças em mim, ir resgatá-las aos sitios mais fundos de mim msm, até não restar mais nada, nem sequer a dúvida que poderia ter sido mais...
Até não restar apenas e unicamente a certeza... certeza q vivi...
Que não perdi batalhas por desistencia, por falta de suor ou comparencia...
Sei que em muitas vou constatar que errei, mas o bom em todas elas é saber, que nas que acertar, vão valer a pena cada lágrima e cada dor...

Migalhas de Amor...

Migalhas de amor vadio Amor frio… escorregadio… Migalhas de amor pequeno Amor cruel… amor veneno… Migalhas de amor corrido ...