sábado, 19 de março de 2011

Máscaras...

Invariavelmente todos usamos máscaras e não vale a pena dizer que não, tem situações em que se torna impossível não as usar… Mas até que ponto usamos máscaras? Quando sabemos se as devemos usar ou não? Quando podemos ser apenas nós?
Existem aqueles que já não sabem viver sem elas, que as usam tanto e de tal forma que deixam de saber quem são quando as tiram e se tornam perfeitos desconhecidos até para si mesmos… desconhecidos indefesos e perdidos, com medo de viver a vida… com medo de arriscar ser quem são verdadeiramente.
Em época carnavalesca as máscaras são praticamente obrigatórias, “ninguém leva a mal” e todos procuram a melhor, seja ela para provocar ou assustar não importa o intuito, o importante mesmo é dar asas à imaginação, à magia. Mas se em época de carnaval máscaras são sinónimos de alegria, no resto do ano já não se pode dizer o mesmo e o resultado é o que se vê ou melhor, o que não se vê…
Aqueles poucos de entre nós que não usam máscaras, são mais verdadeiros consigo mesmos e com o mundo é verdade, mas também sofrem muito mais, a sociedade é mesquinha e cruel, uma máquina trituradora que não perdoa quem se lhe atravessa no caminho… pura cobardia.
É claro que somos livres de dizer o que pensamos, fazer o que sentimos, dar asas ao que queremos, no entanto, as críticas/reacções são impiedosas e temos que estar preparados para seguir em frente sem nos deixarmos abalar. Queiramos ou não, a maior parte não tem a coragem de assumir o que quer ou amar quem quer e são esses mesmos os primeiros a espetar a “faca” naqueles que tem a coragem de o fazer, a cobardia é uma das grandes inimigas da verdade.
Vivemos numa sociedade em que viver sem máscara, é como ser um “fora-da-lei”… vivemos numa sociedade em que as máscaras saem à rua o ano todo, não só no carnaval...



por Isabel Reis
Crónica no Art'Anima Seixal
Boletim Mensal nº 2
Março/ 2011
todos os direitos reservados

Mês dos Gatos

Chegados a Fevereiro, o mais pequeno, no entanto o mais romântico e sensual dos meses do ano, mês dos gatos, como sempre lhe ouvi chamar, fica impossível esquecer a quadra em que estamos apesar do frio que se faz sentir.
Até para o mais esquecido fica difícil, somos lembrados constantemente, até nos correios nos tentam impingir a lotaria do “amor”. Para qualquer lado que se olhe só se “respira” (comercializa) amor e só se vêem corações vermelhos por todo lado mas já que temos datas para celebrar tudo e mais alguma coisa, mau era se não tivéssemos uma que celebrasse o amor, o romance, a paixão, acho muito bem… Viva o amor…
Ele é “Adoro-te” para cá, “Amo-te” para lá, enfim… tudo que é bonecadas, corações e ou outras coisas que tais, gravadas com as palavras célebres, a tentar convencer os corações apaixonados a surpreender as caras-metades numa data especial, com uma prenda especial… Eu sei que sou suspeita para falar de amor… falo de amor o ano inteiro… vivo e respiro amor, está entranhado em cada poro de mim mesma… sou a Cinderela das Histórias… sonho com o Príncipe encantado… enfim… mas o amor para mim é tudo menos comércio… o amor para mim é o sonho… é aquele que chega num acto dedicado, pensado, sentido, tudo menos calendarizado.

Por isso… Viva o amor e o romantismo, vamos lá celebrá-lo… devemos celebrá-lo… e neste caso concreto, celebremos o Dia dos Namorados… Mas será que nos devemos limitar às datas em particular? Isso é limitar o amor e o amor não tem limites, não pode ter limites, pelo menos não para quem ama. Claro, é giro surpreender alguém num dia especial, mas verdade se diga, a pessoa até já está à espera, se não o fizermos é que é mau, agora imaginem só, se a “vossa” pessoa fica nessa alegria toda num dia em que já espera qualquer coisa, como não ficará num dia que seja apenas um dia qualquer?! Num dia que não passa apenas de “mais um dia” no meio de tantos outros no meio do ano… em que se calhar vão passar o sábado a passear de carro, ou no centro comercial, cinema, quem sabe passar a tarde de domingo à beira-mar… enfim… algo calmo e sereno, mas as trivialidades normais de sempre… Aí sim vale a pena surpreender… o impacto da surpresa será muito, mas muito maior… confiem numa romântica.

Seja ele um fim-de-semana romântico ou apenas um ramo de flores ao sair do trabalho não importa, importa sim o tamanho do vosso carinho/empenho ao faze-lo, porque a “vossa” pessoa vai senti-lo e devolve-lo. Às vezes até uma simples carta de amor… Sim uma carta de amor, caíram em desuso com estas coisas das novas tecnologias e por isso mesmo se torna algo surpreendente, fascinante. É tão bom amar… mas não basta ser romântico pelo calendário, até porque o calendário não nos diz em que dia é que o amor nasce, apenas em que dia o devemos celebrar.
Por isso não basta o dia dos namorados, ou o aniversário de namoro ou de casados… a data de não sei de quê ou de não sei de quando… enfim… basta amar porque é segunda-feira, para tornar uma relação especial. Podemos comemorar o amor simplesmente porque nos apetece, afinal não é para isso que ele existe?! Para nos fazer sorrir, sonhar, viver e ajudar a ultrapassar aqueles maus momentos com mais garra, com mais força, com mais determinação? Amar é fazer alguém sorrir porque temos o coração a transbordar de amor… mas na hora que nos apetece… não porque alguém assim o determinou… na data que alguém o determinou.
Afinal, o amor é como uma fogueira, mas que precisa de “alimento” para a chama se manter acesa… digo eu…



por Isabel Reis
crónica no Art'Anima Seixal
Boletim Mensal nº 1
Fevereiro/2011
todos os direitos reservados

segunda-feira, 14 de março de 2011

Entrelaçados

Entrelaçados
num olhar
num silêncio
numa entrega
na partilha…

Entrelaçados
num momento
de desejos
de arrepios
de loucuras…

Entrelaçados…
em ti
em mim
em nós
na vida
como tinha que ser…
…à medida…


por Isabel Reis
todos os direitos reservados

Migalhas de Amor...

Migalhas de amor vadio Amor frio… escorregadio… Migalhas de amor pequeno Amor cruel… amor veneno… Migalhas de amor corrido ...