terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Distancia



Distância que nos dominas
Que fazes o tempo correr
Num lento correr cansado
Que fazes voar as horas
Num lento voo parado
Ai distância…

Distância
Distância tão dura mas necessária
Separas amores, crias barreiras
Ás saudades impões fronteiras
Como flechas tão certeiras
Como lágrimas tão verdadeiras…
Ai distância…

Distância vil… cruel
Distância amarga, sabes a fel
Com o teu falso sabor de mel
Queimas sem mesmo tocar a pele
Ai distância…

Distância
Crias discórdia no carinho
Fazes nascer dúvida na certeza
Abres um buraco negro
Na sólida rocha da verdade
Fazes nascer sombras na clareza
Distorces qualquer pura realidade…
Ai distância…

Distância cruel tão necessária
Vai-te daqui… leva a tristeza
Vai-te depressa… e não em ritmo lento
Vai-te depressa leva a incerteza
Vai-te agora leva a saudade
Dá lugar à realidade
Ao amor de quem ama
Ao sorriso de quem sofre
Á lágrima quente de quem chega.

Distância vai… vai-te já…
Dá lugar ao abraço quente
A quem dele precisa
Dá lugar ao amor urgente
Deixa curar a doença
A quem dela padece
A quem dela enlouquece
Pelo amor que não acontece
Pela saudade que entorpece
De um coração que não esquece…

Vai-te distância, vai-te saudade
Dá lugar ao sono tranquilo
Leva as noites em branco
Deixa deitar no peito descansado
No cheiro do amor embriagado
No calor do desejo embrulhado
Num regresso ao leito tão desejado…


Por Isabel Reis in "Confidências no colo da lua" - Corpos Editora/ junho 2009
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