sábado, 3 de julho de 2010

Perdida de mim...

Perdida de mim...
…encontro-me na noite entre silêncios e vazios
Dou comigo em sorrisos que não sinto
Em espaços que já não reconheço
Em mundos que foram meus…
…mas já não são…
Chamo-me baixinho…
Tento ouvir-me neste silêncio tão sonoro…
É difícil… não desisto e chamo outra vez…
Lá me ouço e dou conta de onde estou…
Estou presa num passado que teimo em guardar
…e me faz parar… deixar tudo…
Sinto um futuro fugir-me entre os dedos
Enquanto tento à força agarrar este presente que me foge…
Estou presa a coisas que senti e já não sinto mais
Presa num engano pela saudade do que um dia foi…
…mas já não é…
Presa na confusão que em mim mora
Deixo a vida passar-me ao lado
Deixo-a viver sem mim...
Recuso levantar-me para a resgatar.

Nesta inércia absurda que me retém
Olho-me nos olhos… vejo a verdade e choro
Falo comigo… forço-me a encarar a realidade…
…e percebo…
Não quero saber do passado
O passado nada é mais que uma recordação…
…e percebo…
Não tenho medo do futuro
O futuro é a incógnita… o sonho… o objectivo…
…e percebo…
Tenho medo é do presente porque é bom
Tenho medo de o perder por ser tão bom
E quando as coisas não correm tão bem
Porque até o bom tem dias maus
Aí eu fujo…
…fujo no medo de o poder perder…
E no medo de o poder perder
Deixo-o ir… E acabo mesmo por o perder.


por Isabel Reis
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