sábado, 19 de março de 2011

Mês dos Gatos

Chegados a Fevereiro, o mais pequeno, no entanto o mais romântico e sensual dos meses do ano, mês dos gatos, como sempre lhe ouvi chamar, fica impossível esquecer a quadra em que estamos apesar do frio que se faz sentir.
Até para o mais esquecido fica difícil, somos lembrados constantemente, até nos correios nos tentam impingir a lotaria do “amor”. Para qualquer lado que se olhe só se “respira” (comercializa) amor e só se vêem corações vermelhos por todo lado mas já que temos datas para celebrar tudo e mais alguma coisa, mau era se não tivéssemos uma que celebrasse o amor, o romance, a paixão, acho muito bem… Viva o amor…
Ele é “Adoro-te” para cá, “Amo-te” para lá, enfim… tudo que é bonecadas, corações e ou outras coisas que tais, gravadas com as palavras célebres, a tentar convencer os corações apaixonados a surpreender as caras-metades numa data especial, com uma prenda especial… Eu sei que sou suspeita para falar de amor… falo de amor o ano inteiro… vivo e respiro amor, está entranhado em cada poro de mim mesma… sou a Cinderela das Histórias… sonho com o Príncipe encantado… enfim… mas o amor para mim é tudo menos comércio… o amor para mim é o sonho… é aquele que chega num acto dedicado, pensado, sentido, tudo menos calendarizado.

Por isso… Viva o amor e o romantismo, vamos lá celebrá-lo… devemos celebrá-lo… e neste caso concreto, celebremos o Dia dos Namorados… Mas será que nos devemos limitar às datas em particular? Isso é limitar o amor e o amor não tem limites, não pode ter limites, pelo menos não para quem ama. Claro, é giro surpreender alguém num dia especial, mas verdade se diga, a pessoa até já está à espera, se não o fizermos é que é mau, agora imaginem só, se a “vossa” pessoa fica nessa alegria toda num dia em que já espera qualquer coisa, como não ficará num dia que seja apenas um dia qualquer?! Num dia que não passa apenas de “mais um dia” no meio de tantos outros no meio do ano… em que se calhar vão passar o sábado a passear de carro, ou no centro comercial, cinema, quem sabe passar a tarde de domingo à beira-mar… enfim… algo calmo e sereno, mas as trivialidades normais de sempre… Aí sim vale a pena surpreender… o impacto da surpresa será muito, mas muito maior… confiem numa romântica.

Seja ele um fim-de-semana romântico ou apenas um ramo de flores ao sair do trabalho não importa, importa sim o tamanho do vosso carinho/empenho ao faze-lo, porque a “vossa” pessoa vai senti-lo e devolve-lo. Às vezes até uma simples carta de amor… Sim uma carta de amor, caíram em desuso com estas coisas das novas tecnologias e por isso mesmo se torna algo surpreendente, fascinante. É tão bom amar… mas não basta ser romântico pelo calendário, até porque o calendário não nos diz em que dia é que o amor nasce, apenas em que dia o devemos celebrar.
Por isso não basta o dia dos namorados, ou o aniversário de namoro ou de casados… a data de não sei de quê ou de não sei de quando… enfim… basta amar porque é segunda-feira, para tornar uma relação especial. Podemos comemorar o amor simplesmente porque nos apetece, afinal não é para isso que ele existe?! Para nos fazer sorrir, sonhar, viver e ajudar a ultrapassar aqueles maus momentos com mais garra, com mais força, com mais determinação? Amar é fazer alguém sorrir porque temos o coração a transbordar de amor… mas na hora que nos apetece… não porque alguém assim o determinou… na data que alguém o determinou.
Afinal, o amor é como uma fogueira, mas que precisa de “alimento” para a chama se manter acesa… digo eu…



por Isabel Reis
crónica no Art'Anima Seixal
Boletim Mensal nº 1
Fevereiro/2011
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